VOLTAR AOS PASSOS QUE FORAM DADOS

José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, no seio de uma família de camponeses sem terra.

No presente ano comemoramos o centenário do seu nascimento e é neste contexto que recebemos na nossa biblioteca a exposição “Voltar aos passos que foram dados”, com um propósito de divulgação e de orientação pedagógica, permite uma revisão da obra literária e do pensamento saramaguianos.
Para além de um prazer de ler José Saramago, a sua obra gera inquietação, reflexão crítica e vontade de transformação. Convida o leitor a perguntar a si próprio: o que é que estou eu a fazer neste mundo?”. Através de crónicas, romances e entrevistas Saramago deixa visível que considera “que o mundo precisa de ser mais humano”. Advoga sentido de respeito e responsabilidade perante os outros e a comunidade, que devem ser tidos em conta em todas as ações, individuais e coletivas.
As suas origens humildes e formação irregular, pequenas coisas de uma vida que não se permitiu ficar pela vidinha, não o impediram de chegar às grandes coisas e, a 8 de outubro de 1998, a Academia Sueca atribui a José Saramago o Prémio Nobel da Literatura. Deste grande momento fez surgir mais um grande escrito, no discurso que profere critica a não efetivação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e anuncia a Carta Universal de Deveres e Obrigações dos Seres Humanos.
Com a exposição “Voltar aos passos que foram dados”, proveniente da Fundação José Saramago, impressa pela Câmara Municipal de Estremoz, a Biblioteca Escolar Almeida Garrett pretende homenagear o escritor e assinalar a sua importância na história cultural e literária.
Acompanha a exposição a sugestão de leitura de títulos que integram a coleção desta biblioteca. Lembramos que a leitura estimula a imaginação e a curiosidade e abre as portas para a compreensão do mundo e de nós próprios e para uma vida livre e ética, em que cada um possa realizar as suas potencialidades. Pois, como dizia José Saramago: “Não te permitas nunca ser menos do que aquilo que és!”.